1 Entre Linhas. MANUEL RUA
1.
Quem mal começa … mal acaba !!!
A frase com
a qual Passos Coelho encerrou o seu discurso de “rentrée”, no Pontal, em 6 de
Agosto de 2016, ficará na minha memória política como o paradigma de uma
expressão patibular perfeita. Vou recorda-la, para que não restem dúvidas sobre
o que penso do assunto:
“É
porque acreditamos nas pessoas que faremos o que é difícil, que faremos o que é
preciso e esperemos que o que é preciso e é difícil seja menos do que aquilo
que nós podemos fazer porque podemos fazer mais do que aquilo que é difícil,
podemos também fazer aquilo que é necessário para que Portugal possa ser como a
Espanha tem vindo a mostrar, como a Irlanda mostrou também, um país em que no
futuro todos querem apostar, um país em que todos acreditem, em que todos
possam remar para o mesmo lado, mesmo que não estejamos de acordo nas
eleições.”
… e, para que não faltasse a cereja no topo do bolo, logo a seguir a
apresentar esta magnífica proposta “de
fazer o necessário que é difícil e que é menos do que o PSD pode fazer”, Passos Coelho concluiu a sua acalorada
mensagem com a frase: “é preciso mais investimento público”! …
Admitamos que o senhor apanhou um pouco de sol a mais, durante aquele dia
nas praias do Algarve, e que tal facto o tivesse afectado, baralhando-lhe dramaticamente
os talentos e os costumados chavões de discurso. Mas, dando isso de barato, o
que me fica deste singular “happening” é que Passos Coelho denunciou a sua
condição de já estar reduzido aos discursos de conveniência, adaptando a
palavra à ocasião e ao tipo de audiência que tem em cada momento. Ou seja, não
fala para expor, formular ou defender uma ideia concreta, um plano, uma
estratégia, um rumo. O homem fala para agradar a quem o ouve naquele momento, tal
como quem vende a banha da cobra ao visitante da feira da aldeia. Depois,
espalha-se ao comprido num charco de incoerências e de escusas inconsistentes,
num discurso hiperbólico que as pessoas esqueceram no momento de voltar para
casa.
Ora, isto é pouco, muito pouco mesmo, para quem tem a petulância de
aparecer todos os dias na TV e na comunicação social, a dar a sua dica, num
exclusivo exercício de maledicência e de critica negativa, relativamente ao
exemplar esforço e trabalho que a maioria parlamentar, o governo e o Presidente
da República têm feito, em patriótica concertação, para devolver aos
portugueses, o seu Portugal desejado.
Para o PSD, esta abertura do ano político foi o prenúncio claro de uma
derrota eleitoral que se aproxima nas autárquicas de 2017.
Bem faz o CDS … que se vai distanciando, prudentemente, deste incómodo
parceiro!
2. Ai Catarina, Catarina … a extinção dos
Comandos ?!!
Qualquer
pessoa de bem sabe reconhecer, avaliar e respeitar o sentimento que desperta
uma qualquer morte por acidente. Essa mesma pessoa saberá, também, que o motivo
da tragédia, justamente por ser acidental, poderá ter origem nas mais diversas causas
mesmo que em nada se relacionem com o momento, a envolvente ou o instrumento
que a provocou.
Relembramos
aqui as declarações de Catarina Martins em relação ao acontecimento de
Alcochete, propondo a extinção dos Comandos: "Em 1993
acabou-se com o regimento de Comandos. E bem", sustentou a coordenadora do
BE, que acrescentou que esta força "não responde a uma necessidade
específica hoje" na democracia portuguesa e tem sido permanentemente
marcada "pela tragédia".
Convenhamos
que este tipo de declarações, que tresanda a oportunismo político de muito mau
gosto, em nada abona os créditos pessoais da autora, pondo em causa a qualidade
do discernimento e do “bom senso” que preenche a mente de quem precisa de se
acreditar como figura pública já que tem a responsabilidades de botar palavra
nas decisões que governam o País.
Fica
claro, para mim, que esta jovem e briosa portista tentou, claramente, encontrar
sinergias entre a Constituição da República, e os libretos da “Companhia de
Teatro de Visões Úteis” ou as Actas das sessões plenárias da “Associação de
Proposicionais das Artes Cénicas”. Sem questionar a legítima valia de qualquer destas
instituições e dos escritos que as sustentam, fica sempre a questão que urge
responder:
Forças
Armadas – Sim ou Não? Em minha opinião, é evidente que Sim !!!
Teremos
que relembrar à senhora porta voz do Bloco de Esquerda que o corpo de Comandos
é uma unidade de “risco” de defesa imediata, uma unidade de elite que entra em
acção nas situações de emergência … e, nunca foi, nem será, uma “força de
ataque” a iniciar hostilidades! Esta tropa altamente qualificada actua em
terra, no mar, no ar, nas cidades, no estrangeiro, em cooperação com outras
forças de intervenção internacionais ou em qualquer lugar onde a presença de
Portugal, se for convocada, deva ser dignificada. Por isso mesmo, ela tem que
existir, estar presente, bem preparada e equipada, para reagir pronta e
eficazmente a qualquer ameaça que coloque em perigo a nossa integridade.
Com
todo o respeito pelas profissões que me permito referir … será que a senhora
deputada Catarina Martins gostaria de ser operada de urgência, a uma debilidade
coronária, por um esforçado enfermeiro estagiário de um qualquer hospital, que
por acaso estivesse de folga nesse dia? Ou gostaria de ver o motor do seu carro
concertado pela manicura do seu habitual salão de beleza?
Pois,
é verdade, senhora Deputada … “cada macaco no seu galho” … essa é a regra que
devemos respeitar! E, no caso do Batalhão e Comandos, o “galho” é um termo que nos
é perfeitamente familiar!
Terá,
um dia, que me explicar qual é a vantagem que vê em promover um país com estruturas enfraquecidas, fragilizado na
capacidade de reacção e incapacitado de se defender, exposto a qualquer
desvaire invasor que nos entre pelas fronteiras dentro para ocupar o nosso
espaço, dominar a nossa identidade, limitar a nossa liberdade e retirar-nos a
prerrogativa da livre escolha do nosso futuro?
Sem
uma unidade de intervenção como o Batalhão de Comandos, integrada no conjunto
de todas as Forças Armadas, equipadas e ajustadas às exigências tecnológicas
dos nossos dias, ficaríamos para sempre vulneráveis a quem nos quisesse “fazer
mal”.
Não,
Catarina, o País não é um palco onde a vida se transforma num conto imaginário
nem o povo se pode confundir com plateias sugestionadas …
O
País é, antes de mais, a pura e dura realidade !!!
Por
tudo isto: … MAMA SUME!!!
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ESTÁ NA HORA DO "SUPERMUNICÍPIO"!
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Parabéns pelo Blogue e pelos colaboradores que para ele escrevem. Sou particular admirador do Manuel Rua ... sem prejuizo de todos os outros.
ResponderEliminarCumprimentos,
Armando Silva
Eu, percebo a Catarina. Os comandos foram feitos para treinar sem haver mortes e, enventualmente se houver mortes que sejam em combate, Por isso deve-se apurar o que se passa!
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