*JOÃO RUIVO
Esta é a questão que deveria
estar na cabeça de todos os que nasceram, residem e gostam de Cascais e
principalmente, na cabeça daqueles que nos “desgovernam”.
A actual maioria venceu as
eleições com uma mensagem negativa, com a ideia que existia uma construção
exagerada e que depois de eleitos a iriam parar. Betão zero.
O problema é que a actual maioria
o que parou, não foi o betão, parou Cascais.
Passados quinze anos ninguém conhece
a ideia que esta coligação tem para o nosso Concelho. Qual a visão? Que
estratégia? Que futuro nos espera?
Pelo que se torna cada vez mais
urgente discutir e definir qual a verdadeira vocação do nosso concelho. Será
turística? Residencial? Industrial?
Olhando para os recursos que
temos disponíveis o Mar, a Serra, o Clima e a Localização, e, verificando os
equipamentos de que dispomos: Hotéis, Casino, Centro de congressos, Marina, Campos
de Golfe, Hipódromo, Autódromo, Aeródromo, etc., chega-se facilmente à
conclusão que Cascais tem condições extraordinárias para voltar a ser uma
referência no Turismo de Portugal, sem saudosismos do passado.
Mas que tipo de Turismo queremos?
Qual o tipo de turistas que queremos cativar?
Uma das graves lacunas que temos
na nossa oferta turística está relacionada com o laser nocturno. Qualquer
turista quando programa as suas férias pondera todas as possibilidades, compara
todas as ofertas disponíveis e Cascais perde muito por não ter uma oferta
nocturna diversificada e de qualidade nos mais diversos domínios.
Outra enorme lacuna por culmatar
é a falta de uma sala de espectáculos capaz de proporcionar aos Cascaenses e a
quem nos visita, peças de teatro, óperas, bailados, etc.
Diz-nos agora o executivo,
copiando mais uma ideia nossa, mas que não conseguiram concretizar nos ultimos
15 anos, que querem construir a referida sala no local do antigo centro
comercial cruzeiro e outros espaços adjacentes, sim aqueles terrenos que
compraram para resolver o problema de um promotor, que depois de perceber que
não conseguia construir os apartamentos que gostaria, devido a problemas no
sub-solo que impossibilitam edificar as garagens necessárias, encontrou na
câmara o “amigo” para despachar o problema, compra efectuada com o intuito de
lá construir um espaço verde.
Será que não existem
investidores? Claro que sim, o que não existe é vontade política para os
receber.
A actual maioria só tem colocado
entraves a quem tem tentado desenvolver projectos nesse sentido e tudo o que
faz, serve apenas para se auto-promover junto dos eleitores, com uma atitude
eleitoralista constante.
Mas Cascais não é só o Litoral, é
muito mais do que aquilo que o Sr. Presidente da Câmara consegue vislumbrar,
infelizmente de uma forma “distorcida”, da varanda do seu gabinete nos Paços do
Concelho.
Temos de encontrar uma resposta
para as mais de 100 mil pessoas que vivem nas freguesias do interior.
Almejar viver, trabalhar e
usufruir de algum lazer de forma articulada no nosso concelho torna-se cada vez
mais difícil e a fuga dos nossos jovens para os concelhos limítrofes acabará
com o tempo por descaracterizar a nossa autarquia e as dinâmicas naturais
resultantes dos fluxos, transformarão Cascais num dormitório.
Na ausência de empresas privadas,
criaram empresas e agências municipais. Na ausência de uma estratégia para
promover a localização de empresas, e consequentemente a criação de postos de
trabalho, gastam os recursos financeiros em duplicação de serviços entre as
referidas empresas e os funcionários municipais.
Mas isso não importa, o que
importa é distrair a população. E por isso, volta não volta, aparecem uns
espectáculos, que pouco acrescentam à economia concelhia, mas que nos fazem
sonhar que tudo está bem no nosso Concelho.
Está na hora de olhar para o
futuro, definir qual o objectivo que queremos alcançar, e traçar um rumo para o
atingir.
*Coordenador Autárquico PS Cascais
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